segunda-feira, 31 de maio de 2010

Zona Costeira de Espinho

Os problemas de erosão costeira em Portugal são cada vez mais graves, exemplo disso é a costa de Espinho. Há notícias de “avanços” do mar provocando destruições, nomeadamente em 1869, 1871, 1874, 1885 e 1889, com um recuo médio de cerca de 8m/ano.
A intensa erosão costeira que aqui se verifica esteve na base da construção das primeiras obras de protecção costeira em Portugal, tendo sido edificadas, frente a Espinho, estruturas de defesa frontal, em 1908 (que foram destruídas pelo mar em 1911), e 3 esporões entre 1911 e 1918.
Grande parte da antiga povoação de Espinho foi entretanto destruída, estando as ruínas, actualmente, submersas.
Presentemente, a situação frente a Espinho encontra-se, aparentemente, controlada através da completa artificialização do litoral.

Será que a utilização dos esporões é realmente eficaz?
Existem outras maneiras/medidas de atenuar o avanço do mar?


fontes:
Estudo Sintético de Diagnóstico da Geomorfologia e da Dinâmica Sedimentar dos Troços Costeiros entre Espinho e Nazaré

4 comentários:

  1. Gostaria de introduzir um breve post em relação a esta problemática:
    Em relação à 1ª questão que colocam esta informação poderá ser útil:
    O papel das obras de defesa e protecção costeira

    Por vezes, é necessário recorrer a construções artificiais para regularizar os ritmos de abrasão e deposição marinha em determinados locais da costa para protecção das pessoas e bens. Essas construções de que se destacam os esporões (molhes) e os paredões, destinam-se a evitar o efeito abrasivo sobre a linha de costa (paredões) ou o arrastamento de sedimentos e areias (esporões). Infelizmente, a construção destas obras protege uns locais mas têm vindo a agravar a situação nas zonas costeiras próximas dos mesmos, conduzindo à necessidade de novas medidas de protecção nestas zonas. Sendo neste ponto que a dragagem (remoção de areias, sedimentos) de areia dunares é imprescindível para efeitos de protecção. Porém, poder-se-á dizer que as obras de protecção costeira funcionam em certos casos.
    No caso da Aguda, o quebra-mar desta praia, teve como principal objectivo criar uma zona de águas calmas para facilitar a entrada e saída dos pescadores e evitar que a água chegasse aos edifícios de uma rua que é paralela à praia (já inundada algumas vezes durante tempestades na altura das marés altas de águas vivas).
    Esta obra poderá implicar alterações na dinâmica dos sedimentos e na agitação marítima podendo reflectir-se sobre a fauna e flora (Weber,2005).

    Weber, M.(2005). Aguda, para além das marés. Porto: Edições Afrontamento.

    Consideram (grupo e participantes) que estas obras de defesa e protecção costeira poderão ser uma boa aposta na protecção do litoral?

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  2. O grupo considera que poderá ser uma boa aposta na protecção do litoral, caso não ponha em causa destruição da fauna e flora do local. Por estes motivos,falando no ponto de vista geomorfológico, a Orla Costeira é caracterizada por minerais muito sensíveis, nomeadamente argilas, calcários, areias entre outros, o que faz com que sejam mais vulneráveis ao efeito erosivo provocado pela força das águas do mar. No caso da praia da Aguda localizado no concelho de Vila Nova de Gaia,a construção do quebra-mar traz vantagens em termos de segurança para a população residente na localidade em questão. A existência de águas mais calmas, proporcionam um desembarcar mais seguro da comunidade pescatória e a diminuição do risco de inundação provocado pelas marés vivas nas habitações da população.Em contrapartida,as alterações na dinâmica dos sedimentos e na agitação marítima,apresentam como consequência a degradação da fauna e flora característica da Orla Costeira. Durante a fase de construção do quebra-mar, deve-se ter em conta a necessidade na vertente virada para terra para que aja a possibilidade da existência de algumas zonas com maior agitação de águas, permitindo assim um maior nível de oxigénio na água que permitirá uma uma mais rápida colonização da costa marítima( recifes artificiais).

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  3. O grupo considera um tema interessante, mas acrescenta que, seria importante explicarem o que são os esporões e suas consequências, de forma a que todos os participantes do blog, que não saibam o que é, possam compreender melhor o tema tratado e consequentemente, fazer comentários mais ricos.
    O grupo pensa que a utilização dos esporões não é muito eficaz, pois apesar de trazer vantagens para as praias que os possuem (minimização dos efeitos da erosão), provocam desvantagens nas praias mais próximas (graves efeitos da erosão, para além daquela já existente).

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  4. O grupo considera que existem várias maneiras de atenuar o avanço do mar, mas todas elas em vez de solucionarem muitas das vezes agravam a situação ou deslocam-na para outros locais próximos.

    Conhecemos várias obras de protecção, construídas ao longo da costa, elas podem ser: transversais como o esporão ou obras paralelas como os paredões (obras aderentes) e quebra- mares (obras destacadas).
    Quanto se a utilização de esporões é realmente eficaz, pensamos que não. Porque, provocam consequências graves (possíveis retenções de areias, deficiente abastecimento de areias e aumento da erosão), levando à construção de sucessivos esporões, ao longo da costa.

    (Silva, Amparo Dias da; Gramaxo, Fernanda; Santos, Maria Ermelinda; Mesquita Almira Fernandes; Baldaia Ludovina; Félix, José Mário; (2006); Terra Universo de Vida (2ªParte – Geologia); Porto Editora: Porto)

    Ana Cardoso, Carina Coelho, Carla Ferreira, Lisandra Medinas e Vânia Ferreira

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